Em julho de 2021, a AmbiSig, entidade especializada em engenharia informática e desenvolvimento de software, foi selecionada para o desenvolvimento da plataforma digital dando apoio à equipa ViViDo. A metodologia de trabalho da AmbiSig inclui um workshop de Design Thinking. Este, arrancou no mês de outubro, depois de reuniões regulares da equipa ViViDo por forma a preparar a orientação dos trabalhos com a AmbiSig, e deu assim inicio a mais uma fase do desenvolvimento da plataforma de Gestão da Rede de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica. Seguindo a metodologia de Design Thinking (desenvolvida pela Universidade de Stanford) proposta pela AmbiSig, a equipa ViViDo e a CIG estiveram em consecutivas reuniões, identificando fatores críticos e clarificando aspetos formais e funcionais da futura plataforma.
O processo desenvolveu-se ao longo de 5 etapas:
Etapa 1: Empatizar
Criar empatia implica 'observar' (ver o/as utilizador/as e o seu comportamento no contexto das suas vidas e atividades); 'envolver' (através de entrevistas/conversas); 'ver e ouvir' (uma combinação de observação e envolvimento, aprofundando os temas-chave). Neste contexto, foram conduzidas uma série de entrevistas à equipa ViViDo e à CIG por forma a haver uma melhor caracterização do perfil de utilização da plataforma; onde foram relatadas experiências, opiniões e sugestões que surgiram por parte das entidades no processo de entrevistas que a equipa do projeto ViViDo realizou no início do ano.
Etapa 2: Definir
Nesta fase procurou-se trazer clareza e foco ao espaço de design, enquanto se desenvolve a compreensão do tipo de utilizador/as para a qual se está a projetar. O objetivo é foi de dar sentido às informações obtidas e definir explicitamente o problema/desafio de uma forma significativa e operacional, ou seja, chegar a um Ponto de Vista (POV - Point of View). O POV articula os três elementos – utilizador/a, necessidades e insights – e emerge, assim, de um processo de síntese de informação e de identificação de padrões e conexões entre os resultados registados na fase de empatia.
A partir dos relatos da etapa 1, as equipas estruturaram conjuntos de post-its com elementos-chave num quadro desenhado para a ocasião. Esta fase de definição serviu como fundamento estrutural para as etapas seguintes.
Etapa 3: Idealizar
Nesta fase do processo de design, passou-se da identificação de problemas à geração de conceitos e à criação de soluções para o/as utilizador/as. Tratou-se de um processo de "amplificação" em termos de conceitos e resultados. Partindo de um amplo leque de ideias é possível, não ainda encontrar a melhor solução – essa será descoberta posteriormente, por meio de testes e feedback do/a utilizador/a – mas sim explorar diversas alternativas possíveis.
Nesta etapa foi preenchido um quadro que serviu como meio interpretativo das dimensões avaliadas anteriormente e pensar em ideias concretas para a implementação na interface da plataforma.
Etapa 4 e 5: Prototipar e Testar (baixa fidelidade)
Prototipar é a geração iterativa de artefactos destinados a responder aos problemas/desafios iniciais. A princípio, criaram-se protótipos de baixa resolução (esboços da interface) com vista a obter feedback.
Neste processo de Design Thinking, a etapa de teste, mesmo que ainda de baixa fidelidade permite antever questões fundamentais na experiência de utilização e na interface da plataforma.
Este processo continua a ser desenvolvido pela AmbiSig em parceira com a equipa do projeto ViViDo e com a CIG. Fundamentalmente, foram transmitidas as necessidades, preocupações, sugestões e ideias que surgiram no processo de entrevistas às estruturas da RNAVVD realizadas pelo projeto ViViDo no ínicio do ano. O trabalho desenvolvido em parceria com a AmbiSig ao longo de quatro sessões permitiu definir um primeiro draft dos layouts, conteúdos e funcionalidades da plataforma, em que foi privilegiada a simplicidade, usabilidade e acessibilidade, de modo a que esta seja uma ferramenta de trabalho efectivamente útil e simplificadora dos processos e da comunicação.
Durante o mês de novembro, dar-se-á a conclusão da Fase 1 do desenvolvimento da plataforma, o referido “Design Thinking”, e iniciar-se-á a Fase 2, que terá por base a “Arquitetura de especificações técnicas”. Após a fase de conceção, as estruturas da RNAVVD serão convidadas a participar na fase de testes – início do segundo trimestre de 2022 -, por forma a otimizar a funcionalidade da plataforma e a experiência da sua utilização.
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